quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Variação Línguística

3º Encontro 10/04/2008


" Ao aprender com o sujeito de sua aprendizagem, corresponde, necessariamente, um professor sujeito de suas práticas docente"
Telma Weisz


VARIAÇÃO LINGUÍSTICA.
O QUE É VARIAÇÃO LINGUÍSTICA?
Marcos Bagno

Falar em variação linguística é também falar de preconceito linguístico que se forma pela sociedade. A variação Linguística está estreitamente relacionada com a variação social. Cada grupo social tem um modo próprio de falar sua língua materna, pois, numa comunidade de falantes estamos diante de variação, pois todas as línguas vivas do mundo apresentam variações ela faz parte da linguagem humana.
Para o sociolinguísta a língua é abstrata é preciso levar em consideração as pessoas que falam essa língua. Nós somos a língua que falamos. A língua é individual, por isso as ciências da linguagem, no entanto, vem demonstrando que o conceito de certo ou errado não têm nada a ver com a língua: Todo modo de falar tem suas regras sistemáticas, tem sua gramática e se presta a interação e de comunicação entre os falantes. Então, essa noção de "certo" ou "errado" surge de outro lugar e não da língua.Atitude que os linguístas adotam é que se uma pessoa dizer mió, trabaio ou dizer nós conseguiu não é um "erro", mas simplesmente, houve uma diferença no uso dos recursos que o sistama da lingua põe a disposição do falante.
Mas para a sociedade as pessoas que falam dessa forma mió, trabaio. são julgadas e avaliadas de acordo com os juízos e valores sociais. São pessoas sem instrução e que não tem privilegio na sociedade injusta na distribuição de renda.
Daí, nasce, a avaliação que é essencialmente social, pois não é a língua que está sendo avaliada e sim a pessoa que está fazendo uso dela.Nisso, nasce a discriminação que atinge a sociedade democratica fundada na cidadania. Falamos de preconceito racial,contra a mulher etc, porém existe e já está bem arraigado o preconceito linguístico na sociedade, onde muitos são discriminados por usar a variante linguística diferente, como exemplo temos as pessoas que moram longe do centro da cidade, os nordestinos, etc.
Na medida que falamos ou escrevemos estamos nos expondo a uma avaliação e aos julgamentos das demais pessoas da comunidade e não da língua.
A sociedade apresenta divisões entre os grupos socio-econômico, etnico, etc., nesse caso a língua passa a ser vista como uma forma de poder e de controle social,e isso vem desde os primordios, se voltarmos no túnel do tempo, veremos que somente a classe alta, os burgueses, padres etc tinha aquisição de uma boa educação e acesso aos livros, então eram tidos como bons falantes, falavam "bonito"( camada social privilegiada), enquanto a grande massa falavam o português errado " feio"( eram a classe desprivilegiada, o povão).
E isso ocorre até hoje.As pesquisas linguísticas, mostram que o grau de instrução e o fator socio- econômico tem maior impacto sobre a variação linguística, pois eles tem acesso as melhores escolas de qualidade, acesso a bons livros, desde pequenos são habituados a lerem e além disso vive em um ambiente onde a lingua falada é bem mais rebuscada.Quanto mais alto estiver o cidadão na escala sócio- econômico, quanto mais elevado for o grau de escolarização, maior será o prestígio atribuído a sua forma de falar.
Segundo Bagno,romper com o preconceito linguístico é muito difícil, tarefa que tem que começar na escola, seria portanto discutir criticamente os valores sociais atribuídos a cada variante linguística, chamando atenção para a carga de descriminação que pesa sobre determinados usos da língua, de modo a conscientizar o aluno que sua produção oral ou escrita estára sempre sujeita a uma avaliação social positiva ou negativa. O professor deve observar os fenômenos lingúisticos que ocorrem com seus alunos oferecendo a eles uma ampliação de repertório verbal e de competência comunicativa. Além disso ao encontrar formas não- padrão na produção, tanto oral como escrito oferecer a eles a opção de "traduzir" seus enunciados para a forma padrão a de prestígio, para que haja conciência da existência dessas regras, dessa forma não estaremos negando a eles o conhecimento de outras opções.
Por isso a nossa missão é muito árdua e devemos amar de verdade o que fazemos, pois é através do amor a leitura e o entusiasmo pelo mesmo que consequiremos exalar isso dentro de sala de aula formando posteriormente discipulos que nos seguirão e levarão outros ao mesmo caminho.Sempre em minhas aulas mostro que amo ler, amo a língua portuguesa pela qual esconde mistérios que desvendamos em cada etapa da nossa vida, sei que cada aula consigo plantar algumas sementinhas que futuramente poderá brotar uma linda árvore é o que eu espero como educadora e apaixonada por essa língua como minha autora predileta conta em um de seus poemas. Para encantar... ( declaração de amor).Clarice Lispector

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