segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Meu Desabafo do quadro real do ensino nas escolas

Nesse curso aprendi tantas técnicas pedagógicas que poderei aplicar em sala de aula, novidade para os alunos, que ao mesmo tempo aprendema escrever, e interpretar com coerência. Queria que o letramento não fosse apenas nas séries iniciais como uma forma de aprendizado para o futuro ensino da grámatica, uma forma centrípetas, utilizando o método tradicional , uma forma de manter o tradicional, parar a língua, como diz Luiz Garcez " A língua é o primeiro arame farpado da ascenção social".Mas gostaria que o letramento acompanhasse nossos alunos até as séries finais, pois assim eles sairiam do primeiro nível de interpretação e passaria ao terceiro nível, onde atinge a escrita de opinião própria, utilizando um vocabulário rebuscado.
Sofro quando vejo que meus alunos mal mente sabem escrever algo que faz parte do cotidiano deles, porque não tem o hábito de leitura e escrevem como eles ouvem, são pacíficos, já não sentem vontade de estudar, de aprender, porque acha chato o ensino, outros chegam a abandonar a escola, e muitos só vão porque recebem uma bolsa do governo, e vão somente para atrapalhar o andamento de ensino na sala de aula. Desrespeitam o professor chegando em muitos casos a agredir o Mestre aquele que ensina, e se entristece com essa situação. Mas infelizmente quando chega em uma situação que notamos que nossos alunos das oitavas séries não tem base nenhuma para um ensino médio, me sinto impotente, sem poder fazer nada por eles, pois a falta de letramento é grande, eles conseguem apenas a primeira fase de leitura, porque as respostas estão entre as linhas, passando disso, não entendem mais nada.
O pior é quando encontramos barreiras dentro da própria escola de trabalhar conforme as normas da LDB. Comecei a trabalhar o conteúdo normal de oitava no início do ano e percebi que eles não sabiam o que era um substantivo, adjetivo e nem verbo, então parei todo conteúdo e comecei a trabalhar isso. Quando passei para análise sintática de sujeito e predicado, para minha surpresa descobri que eles não sabiam o que era verbo ação, (movimento) as notas foram baixa ,apesar de tempo perdido explicando esse conteúdo.Tive que começar a continuar a trabalhar com leitura e interpretação e trabalhar intextualidade gramatical, como se fossem crianças, e tive outra surpresa eles não conseguiam sair da primeira fase de leitura, então comecei a me desesperar, achei que fosse brincadeira, passei bastante atividade para casa, de leitura e comentários do que eles haviam lido e toda semana trabalhava do mesmo jeito, passei o livro de Dom Quixote para leitura mesmo em sala de aula, como não foi feito pressão para nota- prova eles fizem um resumo do que achou do texto e o que mais gostou, foi uma experiência muito boa.Com o curso comecei a trabalhar os genêros textuais com eles, visto que achei interessante este assunto e o módulo 7 e a apostila dada pela tutora Adriana sobre como trabalhar em sala de aula me ajudou muito, pois o que eu quero é criar cidadões pensantes,ativos, e participativos e comecei a trabalhar o gênero Fábula, explique para eles o que seria, pois até então eles não haviam tido contato com as fábulas, gostaram, houve debate e produção própria de uma fábula onde houvesse uma moral de acordo com que eles haviam escrito.O segundo passo seria a atividade proposta no fascículo 7 onde trabalhasse histórias em quadrinhos com balões apagados, onde eles usariam a criatividade e a coerência para que a história ficasse boa e que desse para entender e avaliar.Trabalhei muito o gênero Poema tentando que eles fizem inferências do que havia lido, foi muito bom ter trabalhado CIRCUITO FECHADO, onde eles no primeiro momento acharam chato, mas, fui fazendo perguntas e eles foram interpretando, fazendo suas inferências, foi o único texto que conseguiram essa proesa.
Aconteceu um problema comigo que tive que me afastar por 30 dias, para cuidar da minha saúde. Veio uma professora substituta e criticou os alunos por esta vendo esse conteúdo e os alunos ficaram furiosos porque queriam dar continuidade no que eu estava trabalhando com eles. Ela teve problema e chamou a coordenadora e para minha tristeza a coordenadora apoiou a professora disse que eles eram fracos que eu estava trabalhando com conteúdo que não era da série deles e que a professora substituta é quem estava certa de trabalhar da forma que queria, então, quando fui a escola pude observar na carinha deles o desespero porque a professora está trabalhando figuras de linguagem algo que eles desconhecem, porque a gramática trabalhada individualmente é muito dura.Senti um nada diante dessa situação, e o que sabemos é que o governo quer quantidade de alunos que devem passar de qualquer forma e não qualidade de ensino, e os nossos colegas de escola costumam criticar como se só alguns professores tem problema com a turma, que com eles não acontecem isso, os alunos respeitam, fazem atividades, que ele não precisa reclamar para fazerem atividade, são professores antigos de fundação que todo ano aplica a mesma prova até de recuperação para não ter problema, não se importa de verdade com os alunos.Eu não sofro porque eles não entendem, quando não quer nada ,mesmo que a atividade seja interessante, as vezes me dar um desespero e foi por isso que tive que me afastar porque tive depressão, me sentindo uma a mais no meio deles, um nada. Amo dar aula mais da forma que está não sei o que fazer, e nem sei o que será e como será o ano que vem,pois eu sou como aquele conto da ostra que foi relatado em sala de aula, não sou feliz, tenho meus problemas e tento resolver, replanejar o que havia planejado olhando a realidade e necessidade deles.Os nossos alunos estão tão acostumado a repressão que quando um professor quer trabalhar de maneira diferente com eles, aquele professor é um idiota, começam a levar na brincadeira, pois o que eles querem mesmo é estudo de gramática algo exigido pelas instituições centrípetas, porém nossos alunos não tem base para que fize que isso acontecesse de forma natural, pois não tem o hábito de leitura, não é cobrado para eles livros paradidáticos como nas escolas particulares e o governo em si não tem enviado para a escola o suficiente para a quantidade de alunos que compõem em uma sala de aula, dessa forma a parte que compõem a ortografia,fica com déficite,pois, muitas palavras vem porque lemos ou já vimos em livros, aumentando nosso vocabulário linguístico.
como propôs o professor ArturMorais da Universidade Federal de Peranambuco, falando sobre dificuldades ortógraficas, que devemos trabalhar de maneira prazeirosa, procurar fazer ditado dentro de palavras que fazem parte do dia-a-dia deles e se têm que passar pela memorização, pois parte do nosso vocabulário vem de palavras que já fazem parte do nosso letramento da nossa prática de leitura e outras devem ser memorizadas. O mais importante no texto é a criatividade e a coerência, Devemos olhar o erro de outra forma e valorizar a coerência rever a nossa atitude diante do erro.
Devemos fazer uma triagem dos erros,separando o joio do trigo
Quando aparecer um erro ortográfico chamar o aluno e perguntar se ele fala assim e mostrar para ele pode falar assim, porém não pode fazer isso na escrita, porque a convenção é uma só para toda sociedade , pois é um,a inadequação (erro).
Nos casos de dificuldades devemos recorrer ao dicionário, pois ao contrário do que se diz ele é o pai dos inteligêntes.
Então fica a pergunta.Como mudar a relidade escolar diante de tantas barreiras, descasos de colegas de profissão que são coordenadores,alunos,pais,e a própria instituição? que nos levam muitas vezes a desistir de aplicar o que aprendemos nos cursos oferecidos e outros que fazemos por conta própria, ficamos animados para trabalhar, mais infelizmente tem muita gente de olho nos nossos projetos e barram no primeiro momento.

Um comentário:

sadrianna disse...

Elisângela,
Compartilho de suas angústias!Sei,apesar de não estar em sala de aula neste ano,que é exatamente assim como relatou que acontece em nossas escolas.
Agora,penso que vc,professora,tem sua autonomia em sala de aula e um coordenador não pode negá-la.
Ah,achei bem interessante a forma como trabalhou com gêneros textuais.Continue trilhando o árduo caminho da arte de ensinar e não se deixe abater diante de "ostras felizes"!
Abraços!